quarta-feira, 16 de setembro de 2009

BLOG DO LATINHA:A ENCRUZILHADA HISTÓRICA DE GEDDEL


Marco Venicio Lelis Costa

“ A argumentação de que Geddel entrou na campanha de 2006 para ajudar Wagner a derrotar o Carlismo é falsa, pois o mesmo não quis assumir a vaga de senador no lugar de João Durval, já que quase ninguém acreditava na possível vitória de Wagner.

Geddel optou pela garantia de deputado federal e não pelo senado.

Veja também a lógica da vice que ficou para Edmundo depois de muita discussão em que a disputa precisava de uma pessoa que fosse do PMDB e do sertão baiano, repetindo assim a chapa vitoriosa Waldir/Nilo, tendo como garantia de não ter nenhum prejuízo o lançamento da candidatura de sua esposa para deputada estadual.

Esses dois fatos demonstram que Geddel não acreditava na vitória de Wagner e fazia uma política de sobrevivência, transformando-se no futuro em uma alternativa ao Carlismo, criando um campo de centro na Bahia, coisa que na nossa recente história não deu certo.

O nosso povo está acostumado a votar a favor ou contra ACM, portanto ainda é cedo para quebrar esta lógica, senão vejamos: O recente crescimento da liderança de Geddel é falso e pode voltar contra ele mesmo, porque quem entrou no PMDB nesse período foram os adesistas que estavam procurando um novo caminho para si ou para o seu município, que acompanhavam o Carlismo desde muito tempo e não tinham como sobreviver politicamente sem o apoio do governo estadual.

O PMDB, partido construído com muita simpatia por todos aqueles que lutaram contra a ditadura militar, é uma frente política formada por militantes que hoje estão na ativa e que passaram por um determinado período no partido, tendo também no seu seio aqueles que apoiaram o Regime Militar e estão com vontade de se reciclar, querendo militar por um período neste partido.

Não tenho dúvidas que o PMDB é um partido respeitado e admirado pelo povo brasileiro, mas esse mesmo povo que o admira, não concorda com esta atitude de Geddel de transformar sua estratégia em uma política de todo o PMDB.

Uma boa parte dessa militância voltará à sua origem, apoiando Paulo Souto. A outra parte, quer continuar com Wagner, porque sabem que o momento não é de dispersar forças, o nosso inimigo ainda não está completamente derrotado, continua poderoso e com muita vontade de voltar ao poder, lembra de 1990?

Portanto, Geddel não apoiou Wagner acreditando que ele iria ganhar as eleições 2006, mas sim numa estratégia de queimá-lo, transformando-se em alternativa para 2010.

O tiro saiu pela culatra, Wagner ganhou a eleição e o PMDB baiano só fez um deputado federal e seis estaduais.

Isto mostra a tática política de lançamento de vários candidatos a deputado estadual com o objetivo eleger um só federal, o próprio.

No embate atual só há dois caminhos para Geddel – voltar ao palanque de Wagner ou apoiar Paulo Souto e o Carlismo.

Ainda não temos uma terceira via, é muito cedo para experimentarmos uma nova realidade. O povo vai decidir em continuar com o governo popular ou voltar ao passado carlista”